O número de municípios brasileiros que oferecem serviços de transporte por aplicativo cresceu 65% entre 2020 e 2024, de acordo com a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) 2024. Esse é um dos dados divulgados nesta sexta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e integra uma coleção de resultados sobre a infraestrutura das cidades. Mesmo com o avanço, o serviço ainda é minoria no país: apenas um em cada quatro municípios brasileiros tem esse tipo de serviço. Entre os 5.568 municípios que responderam ao levantamento, 1.465 (26%) informaram possuir serviços como Uber, 99 ou Cabify em operação. A maioria (73%, 4.084 cidades), porém, declarou não contar com esse tipo de serviço. Os outros 21 municípios (0,4% do total) não informaram a situação ou recusaram a responder Em comparação, os meios tradicionais de transporte continuam predominando. Veja abaixo o percentual de municípios que informaram ter cada um dos modais: 🛥️ Barco: 9% (506 municípios) 🚉 Metrô: menos de 1% (21 municípios) 🏍️ Mototáxi: 53% (2925 municípios) 🚕 Táxi: 80% (4427 municípios) 🚂 Trem: 2% (106 municípios) 🚐 Van: 60% (3338 municípios) ✈️ Avião: 3% (192 municípios) 🤳 Serviço por aplicativo (Uber, Cabify, 99Taxi e outros): 26% (1465 municípios) 🚌 Ônibus intermunicipal: 78% (436 municípios) 🚎 Ônibus intramunicipal: 31% (1735 municípios) Veja os vídeos que estão em alta no g1 Tamanho dos municípios influencia no uso de modais de transporte Para a pesquisadora Caroline Santos, do setor de Pesquisa e Gestão Pública do IBGE, a avaliação dos dados deve considerar o tamanho dos municípios. "O que a gente percebe pela análise dos dados é que o transporte rodoviário é predominante. A nossa malha rodoviária é gigante. A presença desse transporte está diretamente relacionada ao tamanho dos municípios e tem uma relação muito direta com o tamanho da população", explica. A pesquisadora também associa a menor presença de ônibus intramunicipais (aqueles que circulam localmente entre bairros de uma mesma cidade) com o tamanho dos municípios. Cidades menores dependem mais de transportes intermunicipais, que geralmente são de responsabilidade estadual. A maioria (81%) das cidades do Brasil tem até 20 mil habitantes e, entre as 4,1 mil que informam não ter transporte por aplicativo, 3,3 mil tem até esse tamanho. De acordo com a pesquisadora, o crescimento na presença de aplicativos de transporte foi alavancado pelos municípios com mais habitantes. A pesquisadora explica que esse dado deve ser lido em conjunto com a presença do transporte público. "A presença do transporte oferecido pelos municípios e estados é justamente o que sinaliza, o que mostra o serviço de aplicativo aumentando". "Olhando esse dado de serviço por aplicativo, o crescimento dele foi grande para municípios na faixa de 50 a 100 mil habitantes. Vejo isso como um reflexo desse esgotamento da nossa malha, e talvez da falta de planejamento". Rio de Janeiro lidera na cobertura de transporte por apps, Piauí e Paraíba ficam atrás O Rio de Janeiro é o estado com maior proporção de municípios atendidos por aplicativos de transporte: 62% das cidades fluminenses oferecem o serviço. Em seguida aparecem São Paulo (48%) e Santa Catarina (45%). Na outra ponta, estados como Piauí e Paraíba estão entre os que têm menor presença desse tipo de transporte, segundo o IBGE. Veja no mapa: Os dados sobre transporte por aplicativos apareceram pela segunda vez nas pesquisas. A novidade nessa edição foi a presença de dados de igualdade racial dentro da MUNIC e da ESTADIC. Nos dados estaduais, a pesquisa aponta que oito estados não tinham reserva de vagas para negros, quilombolas, indígenas e ciganos em concursos em 2024. São eles: Amazonas, Roraima, Pará, Tocantins, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina e Goiás. Para a pesquisadora, o dado mostra que a política de cotas, que tem mais de 15 anos, não está sendo cumprida. No entanto, ela avalia que a presença desse resultado é um avanço que veio de demandas do Ministério da Igualdade Racial, possibilitando a existência de dados para formular políticas públicas. "A continuidade dessa análise pode nos munir de informações para que a gente veja se está ou não surtindo efeito, se as ações que estão sendo implementadas hoje para que a gente possa reduzir a desigualdade", conclui.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) firmou pela primeira vez um acordo para devolver cobranças indevidas em empréstimos consignados. O Instituto e o Banco BMG assinaram um termo de compromisso que prevê a restituição de cerca de R$ 7 milhões cobrados indevidamente de mais de 100 mil beneficiários. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Segundo o INSS, o valor será abatido na próxima fatura do cartão do banco. O órgão informou ainda que está em negociação com outras instituições financeiras para adotar medidas semelhantes. O termo de compromisso firmado exclusivamente com o Banco BMG também estabelece ajustes nos procedimentos para novos empréstimos consignados. Um deles é a obrigatoriedade de registrar, por meio de videochamada gravada, o aceite do contratante no momento da contratação. Veja os vídeos em alta no g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1 O termo também prevê o compromisso do banco de não compartilhar dados pessoais com terceiros, como correspondentes bancários, salvo quando houver autorização do titular ou em situações previstas em lei. O banco também se comprometeu a suspender a prática de venda casada de seguros junto aos empréstimos consignados. Os empréstimos consignados vinculados a benefícios do INSS, como aposentadorias e pensões, vinham sendo alvo de diversas reclamações de beneficiários. A principal queixa era de cobranças indevidas, o que levou o instituto a suspender vários contratos com bancos nos últimos meses para apurar as irregularidades. INSS suspende acordo com quatro bancos Nos últimos dias, o INSS suspendeu cautelarmente o contrato com quatro instituições financeiras, que ficam proibidas de oferecer novos empréstimos consignados a aposentados e pensionistas. Os despachos foram publicados no Diário Oficial da União (DOU) em 16 de outubro. As instituições afetadas são: Banco Inter, Facta Financeira, Cobuccio Sociedade de Crédito e Paraná Banco. Segundo a publicação, a medida foi necessária para interromper irregularidades nos serviços de empréstimo consignado e proteger o interesse público até a conclusão das investigações. No dia 10 de outubro, o INSS havia suspendido o contrato com o Banco Master. Em agosto, o instituto também havia suspendido a autorização de outras oito instituições financeiras. Bancos e financeiras afirmaram ter sido surpreendidos pela suspensão preventiva de novas operações de crédito consignado determinada pelo INSS. Master, Inter, Facta e Paraná Banco disseram cumprir todas as normas do setor e manter diálogo com o Instituto para restabelecer os serviços. As instituições reforçaram o compromisso com a transparência, a conformidade regulatória e o respeito aos aposentados e pensionistas. A Cobuccio Sociedade de Crédito não respondeu ao pedido de comentário. Prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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